Fólio- “Revoluções Revoltas e Rebeldias” em Óbidos



Esta terceira edição do Fólio ( Festival Literário Internacional de Óbidos) oferece aos visitantes uma panóplia de temáticas que incluem criadores, música, exposições de arte, conversas com escritores e seminários. 



Este ano, sem financiamento do Turismo do Centro, o festival remodelou-se com uma programação essencialmente assente em parcerias com outros festivais, cidades criativas da UNESCO, editoras, institutos e universidades. 

São 29 as mesas abertas ao público, que juntam escritores portugueses e estrangeiros. Vêm de Espanha, França, Brasil, Hungria, Canadá (numa parceria com o Festival Littéraire International de Montréal - Metropolis Bleu), Colômbia e Chile.

As revoluções na religião, na tecnologia e até mesmo nas mentalidades dão o mote para as diversas mesas redondas onde se abordam também temas tão diversificados como os Serviços Secretos e a personalidade do papa Francisco.

Teolinda Gersão e Rodrigo Guedes de Carvalho juntaram-se na mesma mesa para falar sobre livros e o processo da escrita. Mas outros escritores bem conhecidos do público marcam presença nesta edição do Fólio.Bruno Vieira do Amaral,.Eduardo Lourenço e Guilherme D’Oliveira Martins, André Canhoto Costa, Ricardo Araújo Pereira e muitos outros. 

Das dez exposições, destaca-se “O Aceitador do Medo”, de Gonçalo Mabunda, que mostra em Óbidos esculturas construídas com arsenal bélico desativado. A inauguração do Festival começou exatamente pela mostra do artista moçambicano que transforma “Herança de guerra” em arte.


Cartazes sobre o 25 de Abril recordam "O Nascimento de Uma Democracia", numa exposição em parceria com a Assembleia da República, que junta ao seu espólio o da Comissão Nacional de Eleições e ainda o da coleção privada de José Pacheco Pereira.

A PIM! Mostra de Ilustração traz mais uma vez à vila os vencedores do Prémio Nacional de Ilustração, no âmbito do Ilustra, capítulo do festival que conta com um programa próprio, com curadoria de Mafalda Milhões.

Na Folia, o espetáculo de abertura foi a homenagem a José Afonso, protagonizada por Júlio Pereira e Stereossauro. Vitorino e Primeira-dama, Maria João a cantar Aldir Blanc, Aldina Duarte com Carlão, como convidado especial, Rodrigo Leão e as “Ficções do Interlúdio”, de Helder Bruno (com participação de Nuno Guerreiro e Ricardo Carriço).

Gonçalo M. Tavares promoveu o primeiro curso de longa duração do Folio, em torno da literatura, artes e cultura contemporânea.

No Folio Educa, o capítulo mais académico do certame, a terceira edição do Seminário Internacional a contar com a participação de James Henri, Jordi Permayer e do argentino Mempo Giardinelli, ao longo de um dia dedicado às “Artes de bem escrever um Manifesto” a “Leituras Clandestinas” “Receitas para uma Revolução”.

D. Pedro I e D. Inês são comemorados com um programa que atravessa todo o festival, com exposições, conversas, lançamento de livros e ainda um curso sobre a história e a lenda do romance intemporal que tem inspirado muitos escritores.





O festival, que no ano passado juntou literatura e comida, aposta este ano na junção com o vinho, através do “Óbidos Wine Fest”. A par das provas de vinhos há também recitais de poesia, canto lírico, um espetáculo de Stand-up Comedy e 'workshops' de escrita criativa.


Texto: Ana Cristina Pinto
Fotografia: Ana Cristina Pinto

Artigo publicado no Jornal Região Oeste
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