José Bernardo Somou e Seguiu nestas Autárquicas

“Se a estratégia resultou, em equipa que ganha não se mexe."






No Cadaval as últimas autárquicas deram uma vitória inequívoca a José Bernardo que foi assim reconduzido no cargo de presidente da autarquia. O apoio expressivo dos cadavalenses acabou por traduzir-se numa ampliação de votos, pois conseguiu eleger cinco vereadores contra dois do PS. O Jornal Região Oeste endereçou ao presidente reeleito um convite para uma primeira conversa após as eleições, ao que o autarca respondeu positivamente.

Como é que s sente depois desta vitória? Estava à espera de ganhar?

Estava à espera de ganhar, mas confesso que não estava à espera de ganhar com a margem que ganhei. Até pelo histórico, é a primeira vez que uma força política consegue 5 vereadores no concelho do cadaval. 

Como é que vão ser os próximo 4 anos de mandato? Vai seguir a mesma linha? Mantém a mesma equipa?

Se a estratégia resultou, em equipa que ganha não se mexe. Vamos manter tudo como até aqui. 

E os projetos que ficaram pendentes do último mandato?

São para realizar. O centro de saúde; as antigas oficinas; o arranjo do parque de lazer; redes de esgotos… Vamos continuar a fazer as várias requalificações necessárias e vamos continuar a trabalhar com todos os presidentes das juntas de freguesias. Não tínhamos feito programa eleitoral há 4 anos. Voltámos a não fazer este ano. Não deixámos de o fazer porque não soubéssemos escrever textos bonitos, mas porque achamos que não devemos prometer aquilo que não temos. Criámos 10 linhas programáticas há 4 anos e achamos que devemos mantê-las neste mandato. O que pretendo fazer é usar o dinheiro que existe para o que é necessário no desenvolvimento do concelho com o máximo respeito pela situação financeira, como sempre tive em todos os sítios por onde passei.

As finanças da Câmara estão equilibradas?

Estão. Se considerar equilibrado, pagar no dia em que chegam as faturas, estão. Claro que temos dívidas. Temos um passivo. Passivo esse que chegou ao fim deste mandato semelhante ao que encontrei em 2013. Sei que uma das coisas que foi tema de conversa foi o empréstimo feito para o início das asfaltagens há 2 anos. Tivemos um contratempo com o Tribunal de Contas que andou a enrolar tudo por 7 ou 8 meses, o que atrasou o início dos trabalhos. Algumas não estarão concluídas até ao final de novembro, mas eu continuo a achar que fiz bem. Pensava era que conseguia fazer uma parte das asfaltagens ainda em 1016 e outra parte em 2017… O TC atrasou tudo e não nos permitiu concluir dentro do tempo previsto. Apesar disso, conseguimos avançar com os concursos com redução de 40% em relação aos preços que tínhamos quando comprávamos 100 mil euros de alcatrão - comprámos 1 milhão e 600 mil euros-, Se metermos o IVA vai parar aos 2 milhões, mas mesmo com esse empréstimo que ainda não usámos, mantemos a dívida abaixo do que tínhamos quando aqui cheguei. Na minha opinião, dívidas a contraídas quando temos taxas de juro de 0,009, faz sentido não pagar e aproveitar assim um benefício que se estende por vários anos. É por essa razão que não se paga e mantemos assim a liquidez para outros investimentos. Ganhamos muito dinheiro sendo cumpridores com os nossos fornecedores, por exemplo. Dessa forma estabelecemos com eles uma relação de confiança que lhes permite baixar preços, porque pagamos na hora. 

Uma das queixas frequentes das populações tem a ver com a quantidade de obras que parecem propositadamente guardadas para os meses que antecedem as eleições. Porque é que isto acontece? Ainda é o velho truque para comprar votos?

No caso concreto do concelho do Cadaval é fácil verificar que as obras foram feitas à velocidade dos quadros comunitários. Não querendo contrair dívidas a única forma é concorrer a fundos comunitários. Não sou aventureiro ao ponto de avançar as obras sem ter a certeza de que há verba. Tenho muita pena de não ter lançado uma série de obras que tenho em carteira, mas não o fiz porque o governo não abriu os concursos. O Centro de Saúde, por exemplo, é uma obra que em teoria nem é paga pela Câmara. É feita pela Câmara mas é financiada pelos fundos comunitários e o resto é com o Ministério da Saúde. Nós sabemos que na prática não é bem assim, depois há muita coisa paga pela Câmara, mas só pudemos avançar quando o Ministério autorizou. O Centro Escolar da Murteira foi feito antes da campanha eleitoral e toda a requalificação daquela rua foi feita antes disso, porquê? Porque os fundos comunitários permitiram lançar a obra naquela altura. O Centro Escolar de Alguber foi feito antes das eleições, o Centro Escolar do Painho está ainda em construção e só não está já construído porque quando o concurso apareceu, o prazo já era curto para a terminar antes das eleições. 

Prevê-se a conclusão do Centro de saúde para quando?

Janeiro ou fevereiro.

Confirma que virão profissionais necessários para que ele fique operacional?

Recebi a confirmação da vinda de dois médicos para o Cadaval. Antes não aparecia ninguém para vir para cá. Agora com o novo Centro, parece mais fácil cativar profissionais de saúde. 

O protocolo que visa alavancar o projeto conjunto do Centro de Recolha Animal do Cadaval e Bombarral foi assinado já na reta final deste mandato. Quando é que as obras vão arrancar?

Estou à espera de reunir com o novo Presidente da Câmara Municipal do Bombarral. Na minha opinião para que este canil/ gatil fique com todas as condições deve ser feito faseadamente. A obra não é financiada, terá de ser feita com fundos próprios das autarquias, pelo que devemos faseá-la, começando pelo que é mesmo prioritário.

Já teve reações da Apac e da Amigo Fiel?

A Amigo Fiel não sei se tem acompanhado, uma vez que é uma associação do Bombarral, a Apac tem seguido de perto a evolução de todo o processo. 



Numa das entrevistas que o nosso jornal fez ao vereador do pelouro do desporto, Dinis Acácio, foi revelado que a câmara pretende levar a cabo a construção de uma ciclovia que poderá ser implementada na Serra do Montejunto. Qual tem sido a evolução desse projeto?

O projeto que temos concluído é para prolongar a ciclovia que vai do cadaval ao casal cabreiro, à freguesia da Chão do Sapo, e do lado nascente, prolongá-la até às últimas casas na estrada que vai para o Bombarral. Projetos não faltam! Agora é preciso é haver dinheiro. Se eu tiver fundos comunitários para fazer as obras, avanço, caso contrário, prefiro não fazer programas muitos bonitos, porque a decisão de fazer esta ou aquela obra depende de quanto é que eu tenho disponível para ela. Para a Serra do Montejunto temos vários projetos. Temos neste momento o da sinalética dividida entre os concelhos do Cadaval e Alenquer no valor de 125mil€ para cada lado, temos 400 mil€ para recuperar a Real Fábrica do Gelo, único monumento nacional que temos, e para isso temos 95% garantidos. Portanto, desses 400mil€, nós vamos pagar 20mil. 

Neste mandato vamos ver a Camara Municipal a valorizar o potencial turístico da Serra do Montejunto?

Provavelmente ninguém nestes últimos 4 anos fez um levantamento da rotação turística mas acredito que duplicou todos os anos o número de pessoas que visita a Serra. É expectável e desejável que o turismo na serra do Montejunto continue a crescer ao ritmo que tem vindo a crescer, não é desejável que aumente ao ponto de não termos condições para receber todos os visitantes. Já fizemos mais casas de banho, mais 1 churrasqueira e colocámos mesas novas. A AMAC também já admitiu mais dois funcionários para garantir a presença de pessoas aos fins-de-semana. 

Texto: Ana Cristina Pinto
Fotografia: Eduardo carvalho

Artigo publicado no Jornal Região Oeste
www.facebook.com/JRO-Jornal-Região-Oeste


Comentários

Mensagens populares