Dia do Pai

(tem mesmo que ser todos os dias)

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Branco, negro, gordo, magro, católico, protestante, rico ou pobre. Não importa quantos fatores sociais, económicos, culturais ou religiosos diferenciam as pessoas, todos nós temos algo em comum: viemos ao mundo graças a um pai e uma mãe, e o amor deles por nós

faz toda a diferença na nossa vida.
O Jornal Região Oeste falou com Alexandra Pedrosa, professora do primeiro ciclo, agora colocada nas Caldas da Rainha, mas que já passou por escolas básicas dos concelhos do Bombarral e Cadaval. Devido aos seus muitos anos de experiência no contacto com os mais pequenos, esta profissional de ensino não tem dúvidas: “Ser amado ou rejeitado pelos pais,
afeta a personalidade e o desenvolvimento das crianças até à fase adulta. Na prática, isso significa que as nossas relações na infância, especialmente com os pais e outras figuras de responsáveis, moldam as caraterísticas da nossa personalidade”.
Por isso, tendo em conta a data que comemora o Dia do Pai, (19 de março), nada melhor do que falar com quem trabalha diariamente com as crianças para sabermos que tipo de influência tem o pai nas suas vidas.
“Em meio século de pesquisa internacional, nenhum outro tipo de experiência demonstrou um efeito tão forte e consistente sobre a personalidade e o desenvolvimento da personalidade, como a experiência da rejeição, especialmente pelos pais na infância. E isto vale para os dois. Para a mãe e para o pai”.

E como é que as crianças se sentem depois da separação de um dos progenitores, neste caso,
o pai?

Pelo que eu sei, a rejeição ou separação de alguém tão importante para a criança como um pai, faz com que algumas partes do cérebro sejam ativadas e são as mesmas que se ativam quando se sente dor física. Porém, ao contrário da dor física, a dor psicológica da separação e sobretudo a da rejeição, pode ser revivida por anos.
Se a criança vai mal na escola, ou demonstra má educação ou comportamento inaceitável, as pessoas ao redor tendem a achar que a culpa é da mãe. Ou seja, que a criança não tem uma mãe presente, ou que ela não a sabe educar. Porém, a experiência mostra-me que a figura do pai na infância pode ser mais importante. Isso porque as crianças geralmente sentem ainda
mais a rejeição se ela vier do pai. Isto pode soar um pouco estranho mas acredito que numa sociedade como a atual, embora o nível de igualdade de género tenha crescido muito, o papel masculino ainda é supervalorizado e muitas vezes vem acompanhado de mais prestígio e poder. Por conta disso, pode ser que uma rejeição por parte da figura paterna tenha um impacto maior na vida da criança. Até porque os miúdos têm tendência para olhar para o pai como o herói deles.

Ainda se assiste a uma maior dificuldade dos homens em expressar os seus sentimentos, mesmo aqueles que nutrem pelos filhos, ou já não?

Não é tanto como há 20 ou 30 anos atrás, mas sim, os homens ainda têm alguma dificuldade em expressar sentimentos e o carinho vindo de um pai, ou seja, a aceitação e a valorização vinda da figura paterna, pode significar tudo para um filho, mesmo que nenhum dos
dois se dê conta disso.

 E quanto à participação dos pais na vida escolar dos filhos?

Naturalmente a maioria das encarregadas de educação ainda são as mulheres e só pode haver um encarregado de educação. Mas isso não é desculpa para que o outro, neste caso o pai, não acompanhe, não vá a reuniões da escola, não esteja atento ao progresso escolar
dos filhos. Essa atenção também é uma forma de mostrar amor.

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A Origem do Dia do pai


Estávamos em 1948. Os pais dos alunos de Nely, na Escola do Bairro de Belmonte, em Madrid, Espanha, acharam que tinham tanto direito a celebrar o seu dia quanto as mães dos meninos, que já o celebravam. Então decidiram assinar uma petição para expressar esse desejo. A professora atendeu ao pedido dos pais e inaugurou uma festa que teve direito a missa, conjugando dessa forma o Dia do Pai com o dia de S. José. A ideia acabou por ser adotada pelas outras escolas da Península Ibérica, três anos mais tarde.


Os Pais na Escola


A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica e Secundária do Cadaval (APEEBSC) quer mais proximidade das famílias à escola.
Esta associação formada há cerca de dois meses, com quinze elementos “tem como principal objetivo representar os pais e encarregados de educação, mas sobretudo trazê-los para a escola, envolvendo-os no percurso escolar dos filhos”, diz-nos Luis Alegrio, Presidente da
APEEBSC. Segundo o responsável, esta é a principal premissa da Associação e isso mesmo pode ler-se nos seus estatutos.Depois de estabelecidas várias parcerias com organismos que
trabalham em prol do saudável desenvolvimento das crianças e jovens, desde a CPCJ à GNR ou Câmara Municipal, a Associação aposta no envolvimento efetivo das famílias na vida dos seus educandos. 
A necessidade de angariar fundos levou a associação a participar no corso de Carnaval com
cerca de sessenta pais vestidos de Mimos que desfilaram pelas ruas do Cadaval.
Luís Alegrio, Dora Ribeiro e Lília Várzea, contam ao JRO que um dos primeiros problemas encontrados, e agora em fase de resolução desde que foi debatido em assembleia geral, prende-se com a quantidade de comida, que é igual para todos os alunos independentemente da idade. Quanto à qualidade da alimentação fornecida no refeitório da escola,- fonte de polémica em quase todas as escolas do país no final de 2017-, não há, segundo a Associação de Pais, razão para as queixas.

Conversas de Café 

Rumores, “diz que disse”, comentários, e outras conversas de café, o mote uma atividade inovadora que vai arrancar ainda este ano letivo, e que é acima de tudo, um convite aos encarregados de educação para, de uma forma  privada, exporem os problemas que entendam ser um entrave ao bem-estar dos seus educandos em contexto escolar. Conversas de Café é o nome dado à iniciativa que mais uma vez procura, acima de tudo, criar proximidade entre os pais e a escola.
Conciliar as vidas profissionais e familiares com as responsabilidades inerentes ao trabalho desenvolvido pela Associação não é tarefa fácil, mas tal como nos diz Luís Alegrio “é um esforço que vale a pena. Para já, é urgente angariar verbas, pois o final do ano letivo aproxima-se e um dos nossos objetivos é organizar a festa de fim de ano”.

Sobre o papel do pai na educação e formação das crianças os três elementos da Associação de pais com quem falámos são unânimes ao afirmar que a presença do pai na vida dos filhos é extremamente importante se bem que “em contexto escolar não há particular vantagem em ser o pai ou a mãe com uma presença mais forte nas atividades ou reuniões da escola
pois ambos desempenham um papel igualmente importante.”


UMA IMAGEM, MIL PALAVRAS



Para já, está a decorrer um concurso para encontrar a imagem que melhor exprima o conceito inerente à Associação. A criação de um logotipo que será um símbolo da participação ativa na construção e fortalecimento da ponte que liga a família à Escola.
Todos os alunos da Escola Básica e Secundária poderão participar com uma única proposta, que deverá ser enviada até dia 18 de maio por correio eletrónico para o endereço apeecdv@gmail.com.
Este concurso concederá um prémio ao vencedor no valor de 100€, oferecido pelo Balcão da Caixa de Crédito Agrícola do Cadaval, e certificados de participação a todos os participantes.

O regulamento pode ser consultado no blog da Associação, em: http://apeeebscadaval.blogs.sapo.pt/, ou nas vitrinas da Escola Básica e Secundária do Cadaval.


Texto: Ana Cristina Pinto
Fotografia: Ana Cristina Pinto/ Internet
Artigo publicado no Jornal Região Oeste
www.facebook.com/JRO-Jornal-Região-Oeste

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